sexta-feira, 30 de outubro de 2009

escritoslinguagemnocorpo.blogspot.com

Vocês conhecem o blog: http://escritoslinguagemnocorpo.blogspot.com ?

Caso não conheçam, passem por lá, pois é bem interessante!!!

Essa era a proposta do primeiro encontro :
I- Elabore um texto em que o personagem :
a) é deficiente visual
b)-se vê diante de uma díficil escolha.
c)-mora sozinho.

II -Data da postagem - 28/10
É sempre importante traçar os perfis : físico e psicológico do personagem.





Certas oportunidades! por MARINÊS



Alguém buzina lá fora, ele abre a porta da casa, tranca-a, despede-se do cão e entra no carro.- Oi mãe, tudo bem? - Sim filho e com você?- Tudo, também!
Carlos...
Ouça:-Hoje é seu primeiro dia no trabalho. Sinta-se seguro. Não tenha medo, você é o único “Cego” lá. Todos sabem. Sabem também que você mora sozinho que é totalmente independente... um homem graduado. Sabem do seu valor e certamente isso se refletirá. É uma grande oportunidade!Deixo-o aqui. A partir do momento que cruzar aquele portão, seja o melhor. Você é sim, deficiente visual, nunca enxergou as cores da vida, a face das pessoas, nem de sua própria mãe. Sinto muito, apenas, por você não poder enxergar a beleza do teu rosto, do teu corpo, do teu ser. És tão lindo Carlos, inteligente.
- "Iiii" mãe, chega de blá...blá...
- Bom trabalho filho, boa sorte e até mais tarde. Faço questão de buscá-lo, pelo menos hoje deixe-me, a partir de amanhã prometo que não irei ficar de babá.
Ao sair do carro, Carlos sentira um frio na barriga e um aperto no peito. Ele nunca havia trabalhado com carteira assinada e horário comercial, mas, sempre viveu como autônomo e da sua arte, arte de tocar, esse era seu maior orgulho. Dava aulas de violão em sua casa, além do talento de musico era também talentoso professor e com sua didática e carisma tirava o sustento e vivia bem. Fez faculdade de música, várias especializações tinha um belo curriculo e repertório, apesar de ser jovem . Sabia também que aquele discurso todo da mãe era uma forma de encorajá-lo e de fazê-lo se sentir igual. Mas, ele tinha a nítida certeza que era diferente, era um deficiente visual, logo, isso denota “algumas” limitações. Ele não era hipócrita. Mesmo assim, já que estava ali tentou encorajar aquele forte Carlos da imaginação de sua mãe. Porém, só ele, só ele sabia o que tinha passado da fase do pré a Universidade. Ele sofreu bastante “preconceito” e sua mãe nunca, nunca viu as cenas mais humilhantes pelas quais ele tinha passado.Mas...isso é coisa do passado. Agora eles empregam deficientes, todos têm chance na sociedade. Ele não ia passar por aquelas cenas novamente. Adentrou o escritório. Levava certo tempo para adaptar-se aos locais e incorporar a demarcação dos móveis e objetos, porém, ninguém se importou com isso e a porta de vidro estava ali, logo, sem ajuda, sem visão, ele chocou-se com a porta e eis que se fez um riso em coro, muitos risos, ninguém o acudiu.Ao perceber que ninguém vinha buscá-lo, foi encostando-se e tentando chegar a algum lugar. Derrubou um vaso de plantas e fez-se novamente o riso em coro.Decidido! voltou à porta abriu ainda com certa dificuldade e ficou lá fora. O porteiro todo comovido veio em sua direção e perguntou se precisava de algo.- Sim. Preciso de dois favores: -Ligue para minha mãe nesse telefone e diga para vir me buscar agora. O porteiro faz a ligação e em poucos minutos volta e pergunta, e o segundo favor?Carlos diz: - Avise, por favor, quando eu for embora ao Sr. Luís Medeiros que me demito desse emprego antes mesmo de começar.A mãe buzina... novamente, ele entra no carro, ela pergunta:- O que foi? Desistiu? Tão rápido? O que aconteceu? Ai mãe, você não disse que hoje fazia questão de me buscar. Eis me aqui!A mãe tenta lhe dar alguns sermões e se incomoda com a certa ironia. Ele coloca o braço para fora e tenta sentir o vento.-Chegamos filho. Posso entrar para conversarmos um pouco?
- Sim. Abriu a porta de sua casa. Foi em direção a geladeira. Pegou uma cerveja e foi até o sofá onde estava o seu violão.Sentou-se e tocou sua sinfonia predileta. Isso era realmente bom de ouvir, não aqueles risos desafinados. Agora sim ele voltava a ouvir e porque não dizer a enxergar o mundo de acordo com suas escolhas.O cão late, o vento bate a janela, e Carlos vai à busca de mais uma cerveja. Da cozinha grita:- E ai mamãe...mamãezinha... Vai uma cervejinha? Volta rindo e os dois "caem" na gargalhada, num riso...Ah! um riso bem gostoso de se ouvir e de se ver.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Eis o vento lá fora.
Eu o vejo.
Ele, não me vê.
Porém, ao sair na janela, ele toca-me, esfria-me...
O vento vem, vem vento em mim, venta meus cabelos.
Voraz,verás? verossimil, verdade? vento, vento, ventania, volver!!!

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Eu...por mim!!!



26 de outubro de 2009.
Dia em que comemoro 31 anos.
Há 31 anos , eis que surgia no mundo, segundo meu pai:
-"um rostinho lindo, ser cabeludo...e chorão"
Talvez esse choro, seja, um dos primeiros indícios de minha sensibilidade.
Eu...por mim!!!
Sou assim, sensivel!!!
Ao longo desses anos:
fui efêmera em tudo!!!pois, de certa forma, o meu até então denominado "tudo" durava pouco, logo, era "nada"
fui intensa, ao mesmo tempo...o nada, o nada era tudo, em questão de segundos...
Fui épica...pois, ninguém desmente que esses 31 anos foram sim "epopéia"...
Ao narrar essa questão do tempo, penso que não pude equacionar os fatos. Visto, que as coisas foram acontecendo, eu sim senhor:
Eu...por mim:
Fui ...construindo-me, desconstruindo-me, fui criando, recriando, "des-criando" e fui assim formando um ser "mutante"...
Transcendendo o episódio...Pensando eternamente no epílogo...mas, a vida, a vida faz-me entender que o epílogo fecha o ciclo e dessa forma, eu acabo mesmo por preferir a epígrafe...
Quero o começo, quero lançar a questão...e o fim??
O fim não sei, não determino...
Não sou dona do fim, estou aqui sempre a começo e a cada 26 de outubro...
Há em mim...um recomeço...
De insipiência, em insipiência, da noção da importância do buscar e conhecer e ser menos insipiente...ser menos resistente...e lançar na vida a questão apenas de ser, ser sim:
- Eu, por mim...
É fato que esse "eu, por mim" nessa eterna construção e des-contrução...houve muito de muitos...compilei tudo de tantos e hoje sou assim, na certeza de que amanhã ou depois, serei outro...outras....
Não, não pense que não tenho personalidade...isso também fecha o ciclo...Não quero fechar, lembra? Quero ser um ser aberto, aberto a tudo, sem preconceitos, sem grandes planos e preocupações, quero várias personagens em mim...
Quero ir do trágico do Alan Poe a simplicidade do Sertão de Guimarães...
Quero ser pura como "Inocência de Taunay" e ser dúbia com aqueles olhares "de ressaca" da (Capitu de Dom Casmurro)
Quero eu quero ser sim...Epiceno!!! e poder ser macho e fêmea e quem sabe poder ser como Diadorim ainda do querido Guimarães e lutar pelos meus ideais e se puder ser como Anita Malfatti e amar por uma vida um eterno Mario de Andrade e pintar por esse homem e mandar margaridas para esse homem e ser criticada pela minha arte e incompreendida pelo meu amor...
Sim eu quero a inconstância!!!Eu quero o meio, o começo...não, não me apresente o fim...
Quero cantar ainda por muito, cantar desafinado, mas, buscar o aprendizado do tom, do som, do ritmo...
Quero soltar a voz e ecoar aos quatro cantos do mundo, quem sou eu, eu por mim!!!
Quero dançar todos os ritmos, não, não ria...o meu corpo é duro, mas, ainda assim eu quero dançar e aprender os passos e ser quem sabe uma grande bailarina...
Quero fazer cinema, interpretar outras culturas, invadir outros mundos...quero uma sala escura e pipoca e quero assistir na tela grande os meus 31 anos de vida, não...não feche esse filme apenas em um gênero...pois, eu, eu quero rir dessa comédia de vida, quero chorar desse drama, quero saber quem foi que me apunhalou pelas costas, no grande suspense, quero relembrar os meus amores, num romance açucarado..."quero borboletas na janela"..."lírios no campo"..."espumas flutuantes"..."pedras no caminho"...quero um filme futurista...
Quero fazer teatro e encenar apenas o inatingível, o indecifrável, o irreal...não, eu não quero que me entendam...quero ser uma atriz de muitas faces...
Quero fazer literatura, não eu não me encaixo em nenhuma escola literária, eu não sigo as regras acadêmicas, eu não sou uma escritora convencional...eu quero escorregar na gramática, mas, por favor, não me tirem da cena literária...Eu quero escrever, escrever...se esse for o meu destino...Não, não fechem o meu ciclo, não digam que eu não serei literata...
Sou, sou sim literata, musicista, bailarina, cineasta, atriz...Sou tudo, tudo...e ainda tenho mais um tantão para ser...pois, eu, eu só tenho 31...31 aninhos...
E vou viver por muito, não eu não fecho o ciclo, eu não fico esperando o futuro, eu quero o hoje e se hoje o ciclo findar para mim....
Ok...eu vivi muitooo, eu vivi nada, eu fui todo mundo que passou por mim e também não fui ninguém...eu fui tantas em uma e apenas uma em tantas....
Eu vivi tudo intensamente, porque viver é assim como Guimarães Rosa, novamente:
"Viver é muito perigoso....Viver é etecetera"...
Viver é assim....
Simplesmente...
Eu, por mim!!!

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

A vida na internet


Há vida na internet?
Há vida "surreal", "idealizada"...
Utopia...Tudo, utopia?
As personagens misturam-se, os desfechos confundem-se.
O real vira ficção e a ficção por um instante fica tão real.
Namoros virtuais, amizades virtuais, intenções virtuais...
Simbolos e signos...visuais...
Há vida! Vida há na internet?
Tudo resume-se a @@@@....com
No salão de beleza, a cabelereira solta uma história:
Tem um namorado virtual há meses. Eles olham-se pela web...trocam mensagens amorosas...E ensaiam, um, encontro "real". O casamento "ao vivo" dela, vai bem obrigada....é o que ela disse rindo. Disse que esse relacionamento virtual, apimenta a vida dela ....a real!!!
Um outro dia, duas amigas andavam à minha frente . O papo delas era tão divertido, que resolvi ir bem devagar só para escutar. Uma disse para a outra, mais ou menos assim: -Não acredito, você nunca entrou numa sala de bate papo de sexo??? A outra: - Não! A amiga insiste: - Viver sem entrar nessas salas, não têm a menor graça. Entra...Entra lá!!! Coloca um nome ficticio e pergunta tudo que você quer saber sobre sexo, os homens respondem...é hilário!!!
Passei à frente delas e continuei minha ida...Porém, com essa frase em mente "Viver sem entrar nessas salas, não têm a menor graça". Acabei rindo sozinha, de tão superficial que a frase era...enfim...para ela tem um sentido ímpar "essas tais salas"...
Outro dia, na faculdade uma professora nossa explicou a respeito de um trabalho e deu os sites de busca...eis que, sei lá por que motivos uma sala de 45 alunos entendeu que era para fazer um trabalho especifico de "CTRL C" & "CTRL V", vulgo "copiar e colar". Na entrega do trabalho, de tão trágico, foi até cômico...o resultado foi a professora chamar a coordenadora do curso e levantar a questão: - O que faço? São alunos universitários que se comportam como alunos primários...A polêmica lançada!!! eis o "furdunço"...um engraçadinho disse: - Você falou que "tava" lá ...tudo à disposição...a gente foi e pegou...A aluna "corretíssima" e ofendida, acrescenta: -Não acha estranho que todos os 45 entendessem que era para pegar da internet...será que o erro não foi seu?...questionamentos à parte...o certo é que o trabalho foi cancelado e todos, (alunos), a partir de então, entenderam que internet disponibiza, mas, é possível "parafrasear", nunca, jamais, em hipótese alguma..."copiar na íntegra"...
Outro dia lendo um certo blog...o blogueiro irritado escreveu: "Pôxa, agora por causa da facilidade da exposição dos textos, andam achando que eu tenho tempo de ler "tantas merdas"...a pera aí!!!
Só um adendo: - ele também é blogueiro, certo? em algum momento, deve de ter escrito "tantas merdas", certo? Deixa para lá...ele não conhece aquela frase do Quintana "Às vezes a gente pensa que está dizendo bobagens e está fazendo poesia".
MSN fake? Quem nunca fez, atire a primeira pedra...eu certamente, terei de atirar a segunda...rssssssssss
Quem nunca fuçou orkuts? e fez um levantamento da vida da pessoa por meio daquele profile?
Amei e ao mesmo tempo detestei um amigo que escreve em seus recadinhos de orkut: - "Ahã... eu sabia que você era desses"!Puts...acabei identificando-me....rsss e logo, mandei um recado para ele...Pôxa..não apaga seus recadinhos..se vc sabe que sou dessas....deixa ai para eu ler.......rsssssssss
E esses risos sempre, sempre provindo da tal vida virtual...responde a nossa inquietação...
SIM...há vida na internet!!!

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Blá..Blá...Blá..


Em homenagem ao meu amigo Gunnar...
Vou escrever algo muito, mas, muito diferente do meu gênero de escrita.
Explico: ao ler os textos das "viciadas" blog democrático à bessa e que ele apresentou-me. Confesso: as viciadas são sim...corajosas! Elas escrevem e "descrevem" por assim dizer...cenas de sexo e blá,,,blá,,,blá,,,e orgasmo e blá,,,blá,,,blá... e criticam os homens e defendem as mulheres...Mas, também democraticamente abrem o espaço para eles...falarem...se defenderem e blá,,,blá,,,blá... O Gunnar por exemplo, escreveu um texto sobre ser "viciado em mulheres" e discorreu sobre esse jeitinho peculiar feminino...cá, entre nós mulheres: jeitinho especial.
Tudo bem...foi de uma "curiosidade" tremenda, ao ler as explanações delas...ri, um riso...sarcástico...levissimo e "um pouco acanhado"...sei lá, a escrita delas é uma mistura de Nelson Rodrigues e Bukowisk (não muito meu estilo..."despudorado" se vale dizer).
Mas, conversando com esse tal amigo...soltei:
- esse blog me deu vontade de escrever coisas assim...e afins..
Ele:
- escreve mesmo, que eu vou querer saber tudo...
epa...tudo da minha vida sexual? moral? amoral? minhas fantasias? aaaaaaa Gunnar...eu disse que escreveria, mas, colocaria, na voz das minhas personagens e a escolhida foi: tan...tan...tan...tan...ela!!!Clara!!! como prometido. Vamos lá:

Clara em: "As Viciadas"

Clara conhecera na rua um homem atraente...
Supostamente numa manhã comum.
Mas, nessa manhã. O que Clara não suportaria era ser a Clara "comum de sempre"
Nessa manhã..."Clara quer dar"...Dar no sentido "despudorado" mesmo, Clara quer dar muito...e o olhar desse cara...corresponde ao seu desejo...
Ele também quer comer muito...
Mas, Clara, sente-se mal com esse linguajar. Putz...Clara !!! Não vai desistir!
Não...
AAAAAAAAAAAAAA........Clara quer dar, e daí?
Quais as mulheres que não querem dar?
Tudo bem, a gente fala de fazer amor...de ser amada...ser desejada...ser elogiada...e blá, blá, blá......Clara "tá" entediada desse papinho de menina recatada. Clara quer que tudo vá para o espaço. Ela quer darrrrrrrrrr.
Atravessa a rua e aborda o cara.
- Sou Fátima (uma das fantasias dela é se passar por outra), sou...Fátima prazer...e vou logo avisando: - quero dar....e você...quer comer?
O Cara assustou-se. Olhou Clara como se fosse o fim do mundo...
Mulher assim...destemida...em pleno século XXI ,assusta.
Ele ia dizendo: - Então, meu nome é...e... Clara, grita:
-Não, não seja piegas, não estou interessada em saber o seu nome, sua profissão, seus planos e sua história. Estou interessada em seu pênis e em seu sexo...está afim?
Pago o motel, pago todas as despesas...só quero uma manhã de prazer, e quero gozar muito...vou falando o que quero e você vai fazendo...à maneira que eu quiser... Kama Sutra...todas as posições, sexo oral, várias...várias "trepadas" é esse o termo usual não é...Quero ser comida, é isso, só isso...topas?
O Cara logo, logo diz: Prazer, Prazer mesmo...meu nome é Oswald e na verdade eu "tô muito ocupado", nesse minuto estou indo trabalhar.
Fica para próxima Fátima. Mas, tenho que admitir você é corajosa!!!
Clara olha para ele e diz:
E eu tenho que reforçar você é um cagão, medroso!!!
Clara continua indo...pensando apenas... qual o melhor jeito para se "masturbar"




OPS....mande para as viciadas...e diga a elas....que ser uma mulher "modernérrima" assusta os Oswalds...

hahahaha

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Olhares

Entender o olhar...
O olhar é rápido...
Enigmático...
Quando dois olhares... encontram-se.
É bom...
O código é interessante...
"E há quem diga...que isso pode dar errado"
"E há quem diga...que isso pode dar certo"
Eu já prefiro achar...que quando os olhares...
A...esses olhares...encontram-se
"Pode dar samba"

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Memórias - Capítulo 4


Hospedara-me com tanto amor.
E, eu?
Não sinto nada disso.
Sou dissimulado. Por ora, sou simpatico, sociável, amoroso...por ora.
Outrora: agressivo, frio, calculista.
Penso muito em mim. Na verdade, não estou nem aí para nada e nem para ninguém.
Algumas pessoas disseram-me que não tenho coração, ou, tenho coração de pedra...outros já foram além e disseram-me que sou um psicopata.
Não estou nem ai para o que acham de mim.
A minha amante está fazendo o almoço. Todo dia tem sido assim:
ela acorda,faz nosso café, tomamos, fico na cama, depois me traz o almoço, toma um banho. Eu a levo para o trabalho. Ela trabalha num posto de gasolina, das 14h às 22h. Eu a levo de carro. Não, eu não trabalho. Faço meus negócios. Mas, trabalhar para os outros, sendo escravo e com carteira assinada...Nunca!!!
Nunca quis. ÀS 23h em ponto eu a espero, às vezes vamos para uma balada, bebemos um pouco. Outras para o motel...enfim, todo dia é um dia diferente. Eu encanto, sou romântico, sou o cara. Sempre tenho dinheiro e nem queira saber como é que eu consigo. Minha mulher a oficial, pensa que estou preso ainda. É eu tenho que viver enganando, amanhã ou depois, enjôo dessa e a outra deve estar lá a minha espera.
Quando enjoar da outra, volto para essa.Eu curto apenas com elas, amar, amar mesmo ...nenhuma delas!!!
A cidade aqui é pequena e as coisas que faço têm repercussão rápido demais. Vou ter que dar "área", não dá para insistir. Se fico,pegam-me.
Hoje, hoje não vou buscá-la, melhor sair de cena e ir para casa de minha mulher.
Chego na cidade, grande, diferente daquela que estava até horas atrás. Passo em frente a casa da minha mulher, passo em frente da casa de meu pai, das minhas irmãs, todos eles moram no mesmo bairro.
Sinto uma coisa...não é saudade...não é alegria...nem felicidade...
Bato a porta e vem lá correndo e sorrindo a menininha de três anos, minha filha.
Linda...linda e sorridente diz: Pai!!!
Não sei quando foi que disse pela primeira vez, nem quando começou a andar...Sou muito ausente. Minha mulher abraça-me, beija-me e quer me contar tudo.
Não tenho muito saco para ouvi-la. Ainda bem que já é tarde da noite e logo vou dormir. Ela quer namorar, quer aproveitar o tempo que estamos juntos. É dificil ter de agradar, submeter, compartilhar...
É dificil ser comum.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Sei lá...


Sei lá, se tudo na vida é literatura. Por que existem os que optam pelos cálculos?
Sei lá, se tudo na vida é passageiro. Por que existe esperança de um futuro melhor?
Sei lá, se destino não existe. Por que traçamos esse caminho?
Sei lá, se tudo é Deus. Por que existe o cético?
Sei lá, se tudo é filosofia. Por que Freud explica?
Sei lá, se ninguém é eterno. Por que viver só por um pouco?
Sei lá, se sem saúde não somos nada. Por que tantas doenças terminais?
Sei lá, se a paixão acaba. Por que o casamento dura tantos anos?
Sei lá, se nada é certo. Por que temos tanto medo de errar?
Sei lá, se os opostos se atraem. Por que tanta afinidade?
Sei lá, se não há compreensão. Por que discursar?
Sei lá, se a morte é fato. Por que temos de esperá-la?
Sei lá, se o sonho acaba. Por que tanta insônia?
Sei lá, se dias melhores virão. Por que não chegam logo?
Sei lá, se dinheiro não traz felicidade. Por que a falta dele é tão triste?
Sei lá, se o que vale é a intenção. Por que concretizar as ações?
Sei lá, se sexo é fundamental. Por que existe a castidade?
Sei lá, se mentira tem perna curta. Por isso se arrasta por tantos anos?
Sei lá, verdade seja dita. Por que ninguém sabe o que diz?
Sei lá, se a loucura e a sensatez caminham lado a lado. Por que tanta insanidade?
Sei lá, se o bem vence o mal. Por que a guerra nunca acaba?
Sei lá, se tudo na vida passa...
Por que passa?
Por que não fica?
Por que não perpetua?
Sei lá...
Nem mesmo o Freud ...explica!!!

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Memórias - Capítulo 3


O pai também dizia que ser livre é coisa muito séria.
Achei até que o compositor pudesse ter usado a frase de meu pai. Acho que não! A frase do velho era por puro desespero. Queria ver o filho bem, no caminho do bem...Que será do meu pai, hoje em dia? Será que ainda pensa em seu filho, ovelha negra? Será que ainda sonha com um futuro diferente para mim?
Tenho dó do meu velho...TEnho dó de mim...
Não tenho dó de ninguém.Por vezes, penso coisas tão desconexas e acho que estou avulso no mundo.Vou comprar um sorvete, há anos não tomo.
Sentei na cadeira e o moço veio me servir.
- Duas bolas de sorvete, chocolate e flocos e bastante cobertura.
O moço logo trouxe a encomenda e gentilmente sorriu.
Ele não sabe que sou ex-presidiário, nem tão pouco percebe que sou perigoso.
Perigoso?
Adjetivo, forte!
Não sei, se realmente sou tudo que me mostram. Mas devo ser perigoso sim!
Fico tempo da vida aprontando, tempos enjaulado. Lá, sou como bicho.
Paguei o sorvete e parti. Vou para aonde? Onde vou morar?
Lembrei-me de minha mulher. Melhor será pegar um ônibus e ir para casa dela. Ela diz me amar. Ficará feliz de me ver livre. Acenei para o ônibus e fui. Porém, ao chegar na rodoviária poucos metros da casa de minha mulher. Pensei na amante, aquela que ia me visitar aos domingos, mais bonita, mais interessante. Liguei para ela e dali poucos minutos veio me buscar...de táxi.
De táxi, acredita?
Rumo a outra cidade. A vida em nova direção. Chegamos depois de uma hora e meia. Que casa simples, que lugar feio. Que dó! Ela hospedara-me com tanto amor.

Fiquei hiper feliz!!!

Selo para blogs literários

Já faz bastante tempo que vejo os “selos” que circulam como premiações de blog para blog. Recentemente o blog “Solo Urbano” do Éver Ribeiro foi contemplado com o selo “Este blog acerta em cheio” oferecido pelo blog “Morena de Pintas” da Angela Dal Pos.
Ser bem relacionado com os vizinhos de blog é muito importante e penso ser a maneira mais rápida de se ganhar mais visitas. Uma rede social virtual sólida garante retornos como links e indexação rápida pelos mecanismos de busca, mas também demonstra que as pessoas gostam de seu conteúdo e o consideram relevante. Uma maneira de demonstrar isso são os “Selos” criados pelos próprios bloggers.
Os selos funcionam como uma rede de indicações. São passados entre os blogs diretamente e eles mesmos determinam para quem querem repassar a indicação. Isso multiplica links em outros blogs (o que é bom para o seu PageRank) e mostra para seus visitantes os blogs que você costuma ler e visitar também.
Por esse motivo dou parabéns ao amigo Éver e ao mesmo tempo lanço mais um “selo” na blogosfera. O selo é “Este Blog dá um Livro”. Conforme as regras, indico abaixo dois blogs que considero relevantes e que valem ser lidos e acompanhados.

O primeiro é o blog “Crônica Crua” de Leandro Coimbra - RS

O segundo é o “Blog da Escrita” da Marinês – SP

Espero que os indicados gostem e indiquem outros blogs literários para receberem este selo.
Um grande abraço.

Daniel Cunha
Postado por Daniel Cunha às 11:18 5 comentários
Marcadores: Selos

http://cafedeicaro.blogspot.com/
vejam na íntegra