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Um pasto. Um cenário triste. Uma Pipa quebrada no mato. Alguem pisou na pipa.Uma lata com linha passada no cerol.Isso corta, isso machuca, isso mata! Ali no chão: o corpo estirado sem vida, e há sangue, muito sangue! O quadro é cinza!!! Aglomeram-se pessoas. Já tem uma multidão curiosa. Chega a policia, o resgate. Levam o corpo. Vai-se uma vida! Ali, naquele cenário cinza, fúnebre e triste, fica uma família desconsolada. Como pode? Um menino! Ainda um menino, viveu apenas 22 anos! é pouco tempo para se viver uma vida. Como pode? Era um moço tão lindo, tão lindo! A lata com a linha ainda que perigosa torna-se inofensiva! A culpa é da outra lata, "do veneno da lata": A lata do crack.Todos os que conhecem aquele lindo moço, os que o amam: choram! Para os curiosos: é só mais um, morto! Há um morto, um velório, há uma despedida. Há gritos! Desespero e incompreensão. O caixão é enterrado. Não há mais nada a fazer. Chorar, chorar apenas! Lembrar, lembrar apenas! Sofrer! É junho...junho sempre será o mês de se sofrer. Há 7 anos se sofre em junho. A lembrança vem, depois vai, assim será até o fim...Fim de quem ficou para ver e para contar! O Bem-te-vi canta tão alto la fora, tão alto que parece um sinal. Sofrer, sofrer para quê? O importante é que eu: bem-que-te-vi, bem-que-vivi com seu rosto lindo e suas palavras durante 22 anos.
- E para você:
- O menino é peralta! Sim, é peralta mesmo, ele brinca, ele corre, ele cresce. Como é especial esse menino...e é bonito, como é lindo, já cresceu, já é um moço e como é namorador! Como "tem moça no pé dele" já dizia o povo la do interior. E ele aceitava todas elas, ficava com todas elas, apaixonava-se por todas elas e dizia que ia se casar "com todas elas", claro , que sempre dizia isso a cada nova paixão. Paixão intensa, que logo, passava! Não casou, não teve filhos, mas, namorou muito, amou muito. Viveu tudo muito intensamente. Experimentou demais. Arriscou-se demais! Foi logo, foi breve e não disse um: até logo! Assim, peralta como sempre, foi sem avisar! Deixou saudade, deixou um vazio, vazio esse que se preenche com o colorido da lembrança de sua "peraltice", de sua alegria, de sua fúria de viver tudo: agora e já. Agora e já meu querido vou-me embora, mas, enxergo nesse céu azulado a sua pipa a voar, enxergo o bem-te-vi me olhando e cantarolando sem parar, e só lhe digo uma coisa: - no pasto que estás hoje, não enxergo o cinza fúnebre de outros tempos. Apenas o azul bebê, o verde das plantas, e o branco da paz! De preto mesmo, Pretinho e lindo, só enxergo você! Com seu sorriso estampado e seus lindos dentes à mostra, enxergo-o com as tantas namoradas a se enamorar, enxergo-o com o violão na mão e cantando comigo as nossas prediletas canções e o nosso hino: "Valeu a pena Êh! Êh! Sou pescador de ilusões! E hoje meu lindo, posso dizer que realmente você foi um pescador de ilusões, e eu : "Se eu ousar catar na superfície de qualquer manhã, as palavras de um livro: Sem final! Sem final! Sem final! Sem final! Final..."
- Como não houve um: até logo, podemos dizer que não houve um final, dessa forma: "qualquer hora a gente se encontra"
e.......................
" a gente se encontra... qualquer hora dessas"
sexta-feira, 15 de junho de 2012
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