sexta-feira, 15 de junho de 2012

  1. Um pasto. Um cenário triste. Uma Pipa quebrada no mato. Alguem pisou na pipa.Uma lata com linha passada no cerol.Isso corta, isso machuca, isso mata! Ali no chão: o corpo estirado  sem vida, e há sangue, muito sangue! O quadro é cinza!!! Aglomeram-se pessoas. Já tem uma multidão curiosa. Chega a policia, o resgate. Levam o corpo. Vai-se uma vida! Ali, naquele cenário cinza, fúnebre e triste, fica uma família desconsolada. Como pode? Um menino! Ainda um menino, viveu apenas 22 anos! é pouco tempo para se viver uma vida. Como pode? Era um moço tão lindo, tão lindo! A lata com a linha ainda que perigosa torna-se inofensiva! A culpa é da outra lata, "do veneno da lata": A lata do crack.Todos os que conhecem aquele lindo moço, os que o amam: choram! Para os curiosos: é só mais um, morto! Há um morto, um velório, há uma despedida. Há gritos! Desespero e incompreensão. O caixão é enterrado. Não há mais nada a fazer. Chorar, chorar apenas! Lembrar, lembrar apenas! Sofrer! É junho...junho sempre será o mês de se sofrer. Há 7 anos se sofre em junho. A lembrança vem, depois vai, assim será até o fim...Fim de quem ficou para ver e para contar! O Bem-te-vi canta tão alto la fora, tão alto que parece um sinal. Sofrer, sofrer para quê? O importante é que eu: bem-que-te-vi, bem-que-vivi com seu rosto lindo e suas palavras durante 22 anos.  

  2. E para você:
  3. O menino é peralta! Sim, é peralta mesmo, ele brinca, ele corre, ele cresce. Como é especial esse menino...e é bonito, como é lindo, já cresceu, já é um moço e como é  namorador! Como "tem moça no pé dele" já dizia o povo la do interior. E ele aceitava todas elas, ficava com todas elas, apaixonava-se por todas elas e dizia que ia se casar "com todas elas", claro , que sempre dizia isso a cada nova paixão. Paixão intensa, que logo, passava! Não casou, não teve filhos, mas,  namorou muito, amou muito. Viveu tudo muito intensamente. Experimentou demais. Arriscou-se demais! Foi logo, foi breve e não disse um: até logo! Assim, peralta como sempre, foi sem avisar! Deixou saudade, deixou um vazio, vazio esse que se preenche com o colorido da lembrança de sua "peraltice", de sua alegria, de sua fúria de viver tudo: agora e já. Agora e já meu querido vou-me embora, mas,  enxergo nesse céu azulado a sua pipa a voar, enxergo o bem-te-vi me olhando  e cantarolando sem parar,  e só lhe digo uma coisa: - no pasto que estás hoje, não enxergo o cinza fúnebre de outros tempos. Apenas o azul bebê, o verde das plantas, e o branco da paz! De preto mesmo, Pretinho e lindo, só enxergo você! Com seu sorriso estampado e seus lindos dentes à mostra, enxergo-o  com as tantas namoradas a se enamorar, enxergo-o com o violão na mão e cantando comigo as nossas prediletas canções e o nosso hino:  "Valeu a pena  Êh! Êh! Sou pescador de ilusões! E hoje meu lindo, posso dizer que realmente você foi um pescador de ilusões, e eu : "Se eu ousar catar na superfície de qualquer manhã, as palavras  de um livro: Sem final! Sem final!  Sem final! Sem final! Final..."
  4. Como não houve um: até logo, podemos dizer que não houve um final, dessa forma: "qualquer hora a gente se encontra"
    e.......................

    " a gente se encontra... qualquer hora dessas"