sexta-feira, 22 de abril de 2011

Lagrimas!


Acordou cedo. Olhou-se no espelho e sorriu. Um sorriso cheio de esperança. Como se tudo fosse sair a maneira que planejou.
Porém, de repente era como se todas as lágrimas do mundo lhe quisessem correr pelo seu rosto. Mas, não havia de chorar ali. Não havia de demonstrar ao mundo que as coisas não aconteceram como queria. Foi-se quieta, calma e tentando não pensar em mais nada. "Pensar, dói". Entrou em um banheiro e chorou, chorou, chorou tanto que os olhos e a face se incharam. Batidas na porta: - Vem, sai daí. A voz que a chamava certamente não entendia sua dor. Nem tão pouco preocupava-se com os seus problemas, diz Mario Quintana que : "o pior dos problemas da gente é que ninguém tem nada com isso". Pensou em não sair. Teve a ilusão de que podia chorar, chorar e acabar-se em lágrimas. Mas, quanto mais chorava, mais viva parecia estar. Levantou-se, lavou o rosto, olhou-se no espelho novamente e inchada , vermelha, sorriu. Sorriu, não por estar feliz por nada ter dado certo. Sorriu, visto que em lágrimas, em prantos de lágrimas, nem tudo deu tão errado.