segunda-feira, 27 de setembro de 2010

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Conciso


Texto Curto. Não Curto. Acho que em outra vida devo ter sido escritora de clássicos. Adoro um texto longo. Amo ver muitas palavras se entrelaçando. Mas a era é digital. O conceito de texto / leitura concebe-se de tempo. Tempo é curto, logo, texto tem de ser curto. Texto curto? Não Curto. Mas, em nome da contemporaneidade e do novo tempo. Eis que se apresenta para mim: novos textos, pequenos textos. Mais difícil! Difícil lapidar a obra e dar polimento. Ainda assim, eu entendo e encurto...encurto textos...E eu curto? Sei não, por enquanto apenas encurto e vou tentando adaptar-me a tal da Modernidade.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Nada!


Trago comigo a bagagem que tenho. Não trago muito. Meus sapatos estão gastos e a caminhada ainda é longa. Olho para trás e vejo um retrato de todos aqueles que passaram por mim. Analiso a importância de cada qual. Projeto-me adiante e no futuro espero sentir a presença de gente que também se achegue. Sigo sem rumo!
Na estrada da vida sei que encontrei e encontrarei de tudo.
Tudo, tanto, muito, grande, palavras tão fortes de uma imensidade infinita. Por outro lado, o NADA. Paradoxo interessante. Nada. Nada carrego comigo dessa imensidade apresentada. A riqueza da troca não se concretiza. Concreto mesmo: Nada! ! A mochila vazia, a roupa do corpo, o sapato surrado. Caminho adiante. "Lá vem Teresa"... "E Agora José?", "Amigo é coisa para se guardar", "Aqueles que passam por nós, não vão sós"
Vazia Mochila! Oco Cinzento do Nada! Ecos Gritantes lá dentro!
"José eu sei que João amava Teresa que amava Raimundo que amava Maria". Eu sei que Teresa era minha amiga, e agora José? Cadê Teresa? Teresa se foi José mais a bagagem dela continua comigo. Aqui dentro. Paro um pouquinho... Cansei! Algumas lágrimas escorreram pelo meu rosto. Não é saudade de Nada. Não é medo de Nada. Não é vontade de Nada. É algo inexplicável. Eu não podia ter tomado partido. Teresa havia me dito antes de partir: "Não tome partido, cada um pensa do jeito que pensa e age do jeito que age. Cada um é livre para fazer o que quer". José disse-me outrora: "Diga o que queres, és livre também. Marque no mundo, desça do muro".
Eu desci José. Mas, atiraram-me pedras...João disse que amava Teresa e que não me amava. Eu chorei José, eu chorei!
A mochila está vazia, a roupa surrada, o sapato rasgou! Agora com os dedos para fora. Sinto a caminhada mais difícil. Chico disse-me: "Apesar de você amanhã de ser outro dia. Eu pergunto a você onde vai se esconder da enorme euforia?"
Escondo-me do Sol Chico, debaixo dessa árvore. Aqui tá gostoso pensar. Jogo os sapatos que nem solas mais têm. Jogo dentro da mochila as lembranças que me assolam. De pés descalços as pedras do caminho realmente machucam. A mochila agora pesa! Choro de novo. Agora de saudade, todos me foram importantes: Teresa, José, João, Maria, Chico. Abandono a mochila e sigo mais leve. Passa por mim:
A Quadrilha agora inteira... e outros tantos que ainda nomes não têm. Leve! Começo do zero! Nova construção! Seguindo todas as sugestões "dizidas". Desprovida de tudo! Nada, NADA é o ponto que busco! Do nada construo outra e outra e mais uma vez. Entendendo assim que a vida real é pura literatura. Basta apenas escolher como redigir isso tudo. Do nada é que enxergo o novo começo e vou tecendo assim novas historias que se apresentam.
É...eu entendi José: Eu sou livre!
Ainda assim vou do Nada e volto para o Nada, num efervescente encher e esvaziar mochilas!!! É ... desnudo meus pés... E sigo a trilha de Guimarães que me disse: "Aprender a viver é o que é viver mesmo"
E assim:
Esvazio e encho , encho e esvazio partindo do nada e voltando para o nada...
O real marco zero!
Só assim sou livre...
para recomeçar...