quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Sexta-feira II

Sexta-feira à noite...vestidas de verde e preto. Lá estávamos, ela e eu.Estávamos no bar..prontas para conversar ...hum...jogar conversa fora...conversa descompromissada. Sentamos no balcão, misto de mulher moderna...desencanada... e pedimos uma cerveja! Mulher moderna e desencanada no bar... tudo que o sexo oposto quer. Os amigos do sexo oposto, pagam todas as cervejas e mais algumas se estivermos dispostas a beber, daí que a mulher moderna e desencanada percebeu que a cerveja não era tão descompromissada...era eficiente... e cumpria com o seu trabalho... o de deixar... alegre...atordoadinha. Mas, diferentemente, da sexta-feira 1 as de "preto e verde" não recorreram a coca-cola americanizada, dessa vez, elas eram livres, podiam ficar até às altas horas e pagaram para ver a eficiência das tais cervejinhas, pagaram entre aspas "e bem entre aspas" pois, o nosso amigo, aquele que paga todas sabe? Ele era mais rápido que a gente tanto para pedir como para marcar em sua comanda e fico pensando se ao pagar a conta esse nosso amigo, não ficou arrependido de nos ter incentivado a bebedeira, mas, o fato, o fato é que esse mesmo amigo já fechara conosco, durante as cervejinhas, um contrato, contrato ousado, lá bem é verdade! "Agora éramos um grupo: fechado, organizado, e perigoso". Éramos anarquistas, éramos exterminadores, éramos questionadores, contestadores, éramos "ANARQUISTAS MESMO", talvez ,anarquistas mais contemporâneos e um pouco até distorcidos daquela proposta inicial, mas, éramos assim. Enquanto bebíamos nossas cervejas, combinávamos quem seriam os eliminados, as vítimas e como seriam as matérias jornalísticas, a respeito dos fatos. Um outro amigo "alvo" ouviu e se interessou pela proposta e nós, nós, vimos nele a primeira possibilidade de fazer com que o grupo funcionasse e então pensamos em torturá-lo e usá-lo de refém para chantagear outro ou "outros" no plural, visto, que esse informante sabe da vida de todos, todos que frequentam aquele bar. E em meio, ao planejamento de como sequestraríamos esse arquivo interessante, distrai-me um pouco e ao arrumar os meus cabelos e olhar para o lado oposto ao qual estávamos sentados, eis que vi, vi com esses meus olhinhos, quem, quem?
Marta Suplicy, ela mesmo, a própria, com seu "taier" de alta costura... ali, ali no bar, acompanhada de quem, de quem?
Dele! que tomava uma cervejinha Bavaria, ele, ele mesmo, o Gabeira, caramba! Os dois ali juntos a bebericar no maior clima, e nenhum, nenhum dos três "anarquistas" sabiam que Gabeira e Marta Suplicy estavam juntos, nos sentimos mal, precisávamos ler mais "Estadão". Mas rimos, rimos muito a ponto de Marta com toda sua classe perceber e continuar com seu lema "relaxar e gozar" e assim ficou à noite toda a curtir com seu amado, o Gabeira, desencanado totalmente, chegou até a sorrir do nosso riso histérico e dos olhares curiosos a sua mesa. Mas, percebemos que já estávamos "sem classe" e deixamos o casal ser feliz e voltamos também a ser feliz ,os três novamente! Mas, mas, tudo, tudo estava diferente nessa sexta-feira, pois, não encontrávamos um rosto conhecido e éramos livres essa noite, o bar, também estava recheado de personalidades, a de preto e a de verde, foram surpreendidas com o fato de o Falcão do Rappa pedir ao nosso lado, uma Itaipava, mas, como, como assim? Nós, nós gostamos do Rappa, somos fãs da banda e ainda que o Falcão seja metido e antipático pessoalmente, pois, nem nos falou um oi, ou nem ao menos sorriu, um sorrisinho falso, ainda assim: "Valeu a pena ê ê". Continuávamos ali os três, mas, toda hora o cabeça do nosso grupo, queria ir embora e em meio a tantos telefonemas (achamos até que pudesse ser alguma tarefa de eliminação, mas, acho que não era nada sobre exterminar alguém), o fato é que ele quis partir, como assim? O cabeça do grupo partir, nós éramos livres, livres e anarquistas, lembra? Anarquistas não chegam cedo , chegam muito tarde ou no outro dia "talvez", mas, nosso "companheiro" foi embora, e deixou duas amigas livres, leves e soltas, sozinhas!!
Ao nos despedirmos de nosso amigo, após, várias cervejinhas e muita risada, resolvemos que como éramos livres aquela noite, ficaríamos até o fim, e assim o fizemos.
Mas, ao conversar com "a de verde", eis que percebemos que em nossa frente, bem em nossa frente tinha um casal feliz dançando e sabe quem eram? Dudu Nobre e Bombom e ficaram a dançar a noite toda e nós lembramos imediatamente de: "essa família é muito unida"... e não bastasse lembrar de algumas músicas desses famosos que estavam lá, deparei-me com uma cena triste, a de verde a conversar com a mulher melância, isso mesmo, a minha amiga é amiga da mulher melância e essa estava na noite a se divertir com o “Clodovil”, imagina? Eu, eu também não imaginava que a mulher melância pudesse ser amiga de Clodovil e de minha amiga de verde, mas, enfim... enfim! O interessante é que Marta veste-se muito bem e Clodovil é ligado à moda e roupa, além do que, os dois fazem parte dos bastidores políticos...mas, não se falaram ...Clodovil e Marta , nem ao menos se olharam , sei lá!
Aquela noite de sexta-feira II surpreendia-nos cada vez mais, veja você que “Gal” ela mesmo, Gal Costa, circulava de um lado para outro no bar, muito, muito simpática e nós duas, nós duas lembra, lembra de nós? Nós, a de verde e a de preto, estávamos ali no balcão a tomar nossa cervejinha Itaipava e a todo momento a encontrar uma “pessoa famosa” e acreditávamos por esse motivo, não estarmos sendo notadas, mas...ingenuidade pura! O fato, é que estávamos fazendo um sucesso danado, duas mulheres no balcão de um bar noturno, a bebericar e rir, nosso ibope estava alto, ao ponto de um moço de 24 anos, “belo moço” encantar-se pela amiga de “verde”, mas, eu bem que avisei: - “aquele vestido era de matar”. E falando nisso, cadê, cadê o cabeça do grupo de exterminadores? Deveria estar ali a nos proteger desses moços de 24 anos... Às quase 5h da madrugada avisto encostado na porta do bar, André Matarazzo, meu Deus, ele, ele mesmo! Aquele da minissérie Maysa, o marido dela, mas, mas ele já morreu! E ríamos, ríamos por isso e por tantas outras peripécias da noite e não tínhamos medo de mortos, nem de fantasmas e nem de afins. Afinal, éramos “Anarquistas”.

2 comentários:

sueli aduan disse...

ANARQUISTAS....
..fechado, organizado, e perigoso".

Perigosa é vc Marinês, escrevendo desse jeito, que beleza, ri muito ... mas sabemos que é muito sério. Mais uma vez Parabénsssssssssssss. bjs

Marinês disse...

Obrigada..Su...vc precisa ir uma sexta-feira dessas e fazer parte desses textos...rsrsrsrs...bjus