quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Vida de Maria - Capítulo 2

- Meu pai, meu pai...de meu pai sei apenas que é rico, muito rico e nada mais. Minha mãe, sei que é de uma futilidade imensa e que para ela a importância da vida, restringe-se a esses vestidos exclusivos e caríssimos, cabelos arrumados, peso adequado e todo resto que você também conhece. Nesse palácio, encontro-os, apenas no jantar, de fins de semana, na piscina. O assunto é sempre o mesmo, estão preparando-me para um bom casamento e que eu tenho todos, todos os requisitos para isso.
- Isso é maldade! Tenho apenas 15 anos! Não quero casar logo, porque tenho que conseguir um bom partido agora, namorar, noivar e aos 18 anos casar-me? Não quero isso, não quero!
- Diga isso a seu pai Maria, pois, eu nada posso fazer.
- Luiza, sabes que estou certa, sabes que tenho tudo e não tenho nada, sabes que meu pai nunca falaria comigo sobre minha vida, sabes que ele acha que a minha vida está nas mãos dele, sendo assim, resolverá do jeito que bem entender.
- Então, tente dizer isso tudo a sua mãe, Maria!
- Minha mãe, minha mãe não irá jamais contra uma ordem do meu pai, ela é submissa e pensa apenas no conforto dela. Certamente, essa família que vem conhecer-me essa noite, tem um belo sobrenome, eu entendo tudo, tudo. Meu pai conseguiu fazer fortuna, mas, não tem origem rica, minha mãe também fora pobretona, a única maneira deles serem ricos, respeitados e conseguirem entrar para o circulozinho que querem é me juntando com um legítimo burguês.
Maria, termina seu café e vai em direção ao carro, o motorista prontamente abre a porta e eles seguem em cumprimento da agenda da menina. Chegam na casa da professora de inglês.
Good morning!
Sai de uma aula, vai para outra, sempre, sempre particular, apenas, ela e o professor, ninguém mais!
Às 19h estava pronta com o vestido, a fita de chita e tudo quanto foi acessório que encontrou em cima de sua cama, deixado pela mãe.
Florinda, mãe de Maria, ao vê-la descendo da escada, diz:
-Filha estás linda, linda!
Jantaram e foram para a sala de estar, ouvir música, tomar um licor e esperar as visitas.
- Às 20h, pontualmente estavam os três cumprimentando a família de Maria.
- Eduardo, era o nome do rapaz e não agradara Maria em nada.
- O moço não dirigia a palavra, apenas seus pais falavam, falavam de todos os cursos que ele fazia, de toda a rotina que ele seguia e demonstravam como ele era um ótimo partido, Maria pensou que ele também devia ser infeliz como ela.

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