sábado, 17 de março de 2012

Eu aprendi que não importa quantos anos a gente tenha, sempre seremos imaturos de fato em alguma decisão.
Eu aprendi que por mais que um ente querido se vá há muitos anos, os olhos sempre lacrimejarão e o coração sempre pulsara num ritmo apertado e sofrido quando lembranças vierem.
Eu aprendi que na vida existem pessoas de todo tipo e que conviver em meio a tanta diferença nem sempre é fácil.
Aprendi que os piores momentos são aqueles que surgem de coisas mesquinhas.
Aprendi que a felicidade da gente incomoda a muitos.
Aprendi que ser polida é o mais sensato.
Aprendi que ser sensato é sofrível.
Aprendi que as subjetividades colocam um leque de opções para se justificar tantas barbáries.
Aprendi que às vezes da vontade de trancar a porta e ficar ali sozinha em silêncio.
Aprendi que as palavras são causadoras de tantos conflitos.
Aprendi que ainda tenho tanto para aprender e que essa fadiga e esse mal estar passarão muito em breve e com a cabeça leve os pensamentos surgirão mais claros.
Aprendi que sofrer é um mero ponto de vista. É de onde eu olho, do ângulo que enxergo que os problemas se apresentam.
Aprendi também que só otimismo : não basta!
Aprendi que fé é algo que oscila
Aprendi que Deus ainda nesse oscilar de fé me ensinará que amanhã é outro dia e que com ele, novos saberes se apresentarão!

sexta-feira, 9 de março de 2012

Inquietude



A avó traz a bandeja de café com leite e bolachas. Bolachas de aveia e mel, as prediletas de Sophia. Não, não causou impacto a abordagem de Eulália.

-Filha, suas bolachas prediletas. - Não tenho vontade vovó! - Por que querida? Por quê?Cabisbaixa, sai do sofá e vai até o quarto. Deita um pouco, levanta, mexe nos livros, vai para o computador, entra e sai da internet, volta para sala. Depara-se com a avó a degustar o tal lanchinho. A senhora com sorriso puro, meigo, mostra a bandeja da neta. - Faz - me companhia, antes que esfrie o café com leite. Sente-se comigo. Mais tarde, começa um filme bom na sessão da tarde, e se por ventura a fome nos incomodar de novo, faço uma pipoca, se preferir bolinhos de chuva! - Vem, come um pouquinho ! Como num piscar de olhos Sophia some da sala. Lá fora acaricia o cão, vai até o portão, observa a rua, volta para casa. Na entrada a vovó lava a louça e sorri apenas. Ao passar pela sala encontra-se com a bandeja de seu lanche na mesinha de centro, nota que a xícara de porcelana é uma sobrevivente do enxoval da avó. Vai ao escritório, observa os detalhes que inspiravam o vovô a trabalhar. As cortinas dançam com o vento que adentra o espaço. O porta retrato super fashion em uma mesa tão classica mostra um casal sorrindo e feliz com uma criança no colo. A avó entra devagarinho para não assustar e ao chegar vê que a neta olha minuciosamente o retrato. - É você minha linda, ainda bebezinho, seus pais me trouxeram de presente. Imediatamente, seu avô se apoderou. Vocês eram a alegria desse homem. Depois do acidente, ele ficava horas nesse escritório, e de vez em quando, eu entrava e o via com o porta retrato nos braços a chorar. Ele sempre agradeceu a Deus por você não ter ido naquele dia. Eu também!

- Vou regar as plantas, ! A menina sentou, abraçou o porta retrato, e chorou. Observou pela janela, Eulália com certa intimidade com as plantas e por um instante alegrou-se. Voltou para o quarto, foi para cozinha, sentou no sofá. Com o controle da TV, descontrola-se ao mudar os canais. A avó chega à sala, senta ao lado dela. Sophia levanta-se vai pegar um copo d'agua, toma um gole e fica alguns minutos à beira da pia...

- Sophia, Sophia, para que tanta angústia? Está inquieta? O que aconteceu? Posso ajudar?Encostada na quina da porta, atenta e sensivel percebeu a vovó preocupada. Olhou fixamente para aqueles olhos já envelhecidos, olhou rapidamente o cenário da sala. A bandeja estava ainda a sua espera. Tudo tão equilibrado, tudo tão familiar!!! Não titubeou: - Quer ajudar vovó?

Com tom meloso, pediu: Esquenta meu cafezinho com leite? A avó balança a cabeça com certa graça e com um risinho acanhado vai para cozinha. Após uns minutos volta com outra xícara:

- Fiz, melhor! Fiz um café fresquinhoooo só para você! Sophia aproveita cada gole daquele café , aproveita uma a uma aquelas bolachas.... Ao término do lanche a avó diz:

- Tudo bem ? Quer conversar?

- Não , você já disse tudo: angústia, inquietação, inquietação e angústia...

As duas, novamente se olham e silenciam. De repente surge uma nova frase:

- Vó, na hora do filme, vou preferir : colo e bolo de fubá!
A avó, com a bandeja de café com leite e bolachas. Bolachas de aveia e mel, as prediletas de Sophia. Não , não causou impacto a abordagem de Eulália.
-Filha, suas bolachas prediletas. - Não tenho vontade vovó! - Por quê querida? Por quê?
Cabisbaixa, sai do sofá e vai até o quarto. Deita um pouco, levanta, mexe nos livros, vai para o computador, entra e sai da internet, volta para sala. Depara-se com a avó a degustar o tal lanchinho. A senhora com sorriso puro, meigo , mostra a bandeja da neta. - Faz - me companhia, antes que esfrie o café com leite. Senta-se comigo. Mais tarde, começa um filminho bom na sessão da tarde, e se por ventura a fome nos incomodar de novo, faço uma pipoquinha, se preferir bolinhos de chuva! - Vem, come um pouquinho ! Como num piscar de olhos Sophia some da sala. Lá fora acaricia o cão, vai até o portão, observa a rua, volta para casa. Na entrada a vovó lava a louça e sorri apenas. Ao passar pela sala encontra-se com a bandeja de seu lanche na mesinha de centro. Tão bela, forrada com toalhinha de seda, xícara de porcelana, sobrevivente do enxoval de Eulália. Vai ao escritório, observa os detalhes que inspiravam o vovô a trabalhar. As cortinas dançam com o vento que adentra o espaço. O porta retrato na mesa tão formal, mostra um casal sorrindo e feliz com uma criança no cólo. A avó entra devagarinho para não assustar e ao chegar vê que a neta observa minuciosamente. - É você minha linda, ainda bebêzinho, seus pais me trouxeram de presente. Imediatamente seu avô se apoderou. Vocês eram a alegria desse homem. Depois do acidente, ele ficava horas nesse escritório, e de vez em quando, eu entrava e o via com o porta retrato nos braços a chorar. Ele sempre agradeceu a Deus por você não ter ido naquele dia. Eu também!
- Vou regar as plantas Sô!
A menina sentou, abraçou o porta retrato, e chorou. Observou pela janela, Eulália com certa intimidade com as plantas. Voltou para o quarto, foi para cozinha, sentou no sofá, com o controle da tv , descontrala-se ao mudar os canais. A avó chega na sala, senta ao lado dela. Sofhia levanta-se vai pegar um copo d'agua, toma um gole e fica alguns minutos à beira da pia...


- Sofhia, Sofhia, para que tanta angústia? Está inquieta? O que aconteceu? Posso ajudar?
- Encostada na quina da porta, atenta, percebeu a vovó preocupada. Olhou fixamente para aqueles olhos já envelhecidos, olhou rapidamente o cenário da sala. A bandeja estava ainda a sua espera. Tudo tão equilibrado, tudo tão familiar!!! Não titubeou: - Quer ajudar vovó? com tom meloso, pediu: Esquenta meu cafezinho com leite? A avó balança a cabeça com certa graça e com um risinho acanhado vai para cozinha. Após uns minutinhos volta com outra xicara: - Fiz, melhor! Fiz um café fresquinhoooo! Sofhia aproveita cada gole daquele café , aproveita uma a uma aquelas bolachas.... Ao termino do lanche a avó diz: - tudo bem Sô? Quer conversar? - Não vó, você já disse tudo: angústia, inquietação, inquietação e angústia. Na hora do filme, vou preferir: cólo e bolo de fubá!